quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

assim estamos


era assim, você dentro de mim

não pude evitar em desvendar, ou ao menos tentar desvendar essa verdade toda em mim. eu não sei ao certo do que eu estou falando, eu sei. eu não sei se falo o que genuinamente sinto ou o que gostaria de sentir. enfim, ainda estou no bê-a-bá da metafísica, mesmo sabendo que dela não preciso e nunca precisarei. não é metafísica que falta. ela excede

eu quero me livrar dela, me livrar da metafísica

pensei, assim, com você dentro de mim, que poderia dar o meu primeiro passo voluntário nesta minha vida apagada, cor-de-bege, cor-de-opaco. até hoje, foi a vida - a mão de deus, o sabor de mais um pecado e toda sorte de acontecimentos independentes de mim - até hoje foi a vida quem me empurou para frente. esta maldita. se não tropecei, foi sorte. ou talvez toda esta confusão que te fiz presenciar, talvez ela seja na verdade a lama. meu rosto afundado na lama

se assim for, sei que preciso me banhar na lama

sei que não gosto deste seu olhar, e isto é tudo. eu não gosto quando me encara assim, como se eu fosse menor do que você. como se você pudesse me aninhar em seus braços enormes e me carregar aí pela vida. eu não aceito ajuda! eu só quero seu amor. e não, ele em nada ajuda. na verdade ele atrapalha. mas eu o aceito mesmo assim

você há de convir que eu preciso de alguma distração nessa minha vida...

imagem: albert van westing

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