
Nicolas olhou ao redor, até sentir-se seguro de que não havia às vistas um olhar atento que poderia vir a constrangê-lo. Olhou o mar, a imensidão do mar. Sentiu o mar acariciando o meio de suas pernas. A maré subia aos poucos. Recuava. O vai-vem da vida.
O garoto sentia o sexo de todo um oceano. E queria rolar ali, feito bichano. Rolar na areia de encontro ao mar. Mergulhar no mar de corpo inteiro. Afogar-se, se tivesse sorte.
Que deus havia ali, no fundo escuro daquele mar?
Nicolas estava excitado. Ele tinha quinze anos. Era um garoto branco, loiro. Alto para a idade. Suas pernas eram longas; seus pés, delicados. Suas mãos eram imensas, magras e cruéis. Mãos que acariciam um lado negro da Vida que um garoto branco e loiro de classe média não devia conhecer. Um garoto de família religiosa e direita. Mamãe cuidava da casa enquanto papai dava duro no trabalho. Nicolas era grato.
A idéia de pertencer a uma família tradicional o excitava. Aos quinze anos, tinha plena consciência do que fazer com sua indiscutível beleza.
Virou o rosto para seu pai. Ali estava tudo --- tudo o que sentia conhecer de fato, e um tudo mais amplo, um tudo que lhe fugia.
Estava ali, estirado sob o quente do sol, um tudo que lhe precedia.
Imagem por: Jared Buckhiester
Aceite as opiniões contrárias com mais humildade. Querido, ninguém é obrigado a gostar dos seus textos cansativos e confusos.
ResponderExcluirAdeusinho.
Ah, e por favor, esse é um espaço público. Caso não queira mais receber críticas sobre seu "blog" desative os comentários.
Ei,
ResponderExcluirconcordo com o moço(a) ai de cima... esse é um espaço público cara! e como todos os espaços públicos existem uns caras que gostam de atacar (perceba ATACAR e não criticar) sem se comprometer. dai o anonimo. é um velho mecanismo humano. Sobra pra gente imaginar o porquê de tantas visitas depois da sumaria reprovação...
é... é bem estranho!
gosto do nicolas. mas não gosto da tradição da família dele...
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