
Já fui muito bom com as palavras. Não sei o que aconteceu. Tudo – sim, tudo – me parece arte abstrata. As palavras são, assim como tudo o que sinto, sujeitas aos mais incríveis contorcionismos, mas o dois mais dois ainda é quatro e quero sempre chegar a uma conclusão antes do ponto final da mais ridícula frase... Engraçado que eu não escreva mais nada.
Sempre houve certa expectativa depositada sobre mim. Por parte de quem, não sei. De deus? Pois é bom que ele exista mesmo, então. Mesmo que eu tenha que pagar dolorosamente por todos os meus pecados, é bom que ele exista e me faça grande-artista-funcionário-público-do-Banco-do-Brasil. Eu agradeceria todas as noites, antes de dormir, numa reza tête-à-tête moderadamente sonolenta. Só para garantir.
Eu sou feliz, sim. E meus amigos, as aparências enganam... Será que alguém realmente me sente? Será que, se por ventura, um amigo me tomasse nos braços e amasse meu corpo, os meus gemidos, as luzes, os roxos, os vermelhos, as dormências e todos os pontos de exclamação, eu entenderia? Me faria sentir, será? Não gosto de parecer vadia, ultimamente está na moda agir feito vadia-drogada-sem-futuro, mas não, não quero. Eu vejo as cores e os contornos, nítidos. Não vejo um futuro, mas é porque morrerei cedo. Uma cartomante me disse. E eu acredito nessas coisas. Eu acredito nas pessoas. Eu acredito na amizade. Na inocência. Nas coisas boas todas. Eu acredito que dois mais dois pode ser cinco, eventualmente, mas eu não conto pra ninguém. Aí está todo o mistério e ele deve ser mantido vivo, ainda que mistério.
Eu só quero uma suíte com hidromassagem.
Quando ele vem?
Imagem: Auto-Retrato
Disseram que pareço com a Norma Desmond nesta foto... Alguém concorda? rs
ResponderExcluirQuem é Norma DEesmond? Sei q gostei do bocão. E do blog tb. Já já leio tudo com a devida calma e atenção.
ResponderExcluirBeijo, garotinho.