terça-feira, 27 de março de 2007

Spark

"if the Divine master plan is
perfection
maybe next I’ll give Judas a try"

(tori amos)

quarta-feira, 21 de março de 2007

Mosquitos têm sangue vermelho

Ele andava por aí, cabisbaixo como de costume, enquanto ela vinha de um outro lado - na mesma calçada - ela vinha de um outro lado, que ia além da visão que ele tinha. Mas ela via. De alguma forma, ela via. Foi aí que tropeçou nele propositalmente e o fez perguntar, no susto, tão atordoado como se nem lembrasse seu nome:

- Você vem sempre aqui?
- Só de vez em quando, mas já nos encontramos aqui antes.
- É, não é?
- É.

(pausa)

- E então, a gente não vai trepar?
- Ah, sim. Pode ser.
- "Pode ser"?
- É, como quiser.
- Podemos começar quebrando um pouco o gelo.
- Como da outra vez?
- Desculpe, eu não me lembro.
- Eu imagino, você estava drogado.
- Eu, drogado? Eu nunca usei drogas.
- Então você se fazia de drogado.
- Sim, isso é possível.
- E você era bem mais jovem. Sua aparência... Você parecia James Dean.
- É verdade. Não que o tempo tenha sido ingrato comigo. Se não fosse pelo acidente, minha aparência seria outra.
- Acidente?
- Sim, queimei meu rosto enquanto fritava um hambúrguer.
- Meu Deus!
- A frigideira pegou fogo, meu rosto ficou em chamas. Sofri três cirurgias plásticas, tenho problemas respiratórios desde então, mas pelo menos minha visão não foi prejudicada.
- Nossa, se você não tivesse me falado, não teria reparado.
- Obrigado.
- Mas eu continuo com uma aparência jovem.
- Você tem o que? Vinte e cinco?
- Trinta e cinco.
- Está muito bem.
- Obrigada... Sinta meu peito. Não é durinho?

Ele toca o seio dela.

- Aperte.

Ele aperta o seio dela.

- Sim, bem durinho. E que mamilo pequeno!

(gemido)

- E sensível.
- Você quer fazer aqui mesmo?
- Eu faria em qualquer lugar, com você.
- Eu estou desempregado. Moro num cômodo aqui perto. Não é o melhor dos lugares, mas teremos alguma privacidade.
- Eu não quero privacidade.
- Então não sei como faremos.
- Bota o pau pra fora.
- Não.
- Não?
- Não aqui.
- Acho que meu celular está tocando. Espera um pouco.

Ela se vira de costas e fuça sua bolsa. Ele olha a bunda dura dela, apertada no shorts jeans. Ela atende ao telefone e fica eufórica. Ele observa a nádega esquerda tremer de excitação. O pé esquerdo dando tapinhas no chão. Aquele tamanco, aquelas unhas vermelhas. Uma tatuagem desbotada no calcanhar. Uma borboleta? Ela grita coisas desconexas, meio demente, ele pensa, e ela desliga com um "eu te amo".

- Eu preciso ir, agora.
- Não, não vá. Podemos fazer aqui.
- Eu não quero mais.
- Não faça isso comigo.
- Eu não sou uma puta, sabia?
- Eu sei.
- Tchau, então. Foi um prazer revê-lo.
- O prazer foi meu.

Ela atravessa a rua, correndo. Começa a chover, ela abre o guarda-chuva. Olha para trás. Sorri. Some numa esquina. Ele acende um cigarro. Deixa a chuva molhar seu rosto. Olha para o chão. E lá está... A chave!

- Que porra é essa?

Ele joga o cigarro fora, pega a chave. É uma chave dourada, pequena. Não parece ser chave que abra algo que preste, mas ele a guarda mesmo assim. Não existem tantos segredos assim, numa esquina como aquela.

domingo, 18 de março de 2007

As cabines

Ele se enchia do ar que o abraçava. Num ritmo alucinado. Enquanto a vida o circundava por todos os lados, ele estava só. E era só. Questão de tempo para entender que aqueles braços magros que, gentilmente, acariciavam seu ventre e seu rosto e seus cabelos ralos, aqueles braços com aqueles dedos longos e gelados, aqueles calos, nunca mais.

Solidão o circundava por todos os lados naquela sala. A luz vermelha da cabine estava acesa. Eram pelo menos sete exatamente iguais. Homens de rostos duros por todo lado. Havia tristeza em todo mundo.

A noite o absorvia enquanto enchia os pulmões com um cigarro. Algo para saciar-lhe a boca, aquela volúpia. Longe de luzes vermelhas e de rostos duros, na avenida havia certa poesia. Algo como aquele menino lhe diria, ao pé do ouvido. Um elogio bonito de se ouvir, de inevitável sorriso de dentes irregulares. Fariam amor. Fingiriam ser felizes. Um sinal de fogo. Uma fumaça encobrindo o teto do seu quarto...

Aquela presença o assombraria por anos, ele pensava, avistando a Culpa a esperá-lo na primeira esquina.

Foto por Bruce LaBruce

quinta-feira, 15 de março de 2007

Rita


Rita tinha vinte-e-três. Ela vestia um longo dourado, impróprio para qualquer ocasião. Estava metida em alguma situação esquisita, era o que qualquer um diria se olhasse superficialmente para aquela cara grande, espaçada e abatida de quem apanha do marido. Carregava consigo um ar bizarro, quase como se desfilasse por aí sonâmbula. Ela tinha a cara do sono. Era Rita seu nome e ela se sentia linda sereia naquele bairro de nome Balneário, perto da represa Guarapiranga.

Admirar Rita era de rir. Não que normalmente já não chamasse atenção. Aqueles olhos tristes faziam os mais sensíveis choramingarem um grasno piedoso. Ela parecia um abutre, decerto, mas todos viam que era uma feia assim feita pela vida, pelos maus tratos que sabe-se lá por que sofria!

Chico era seu homem. Marido no altar, não nas demonstrações diárias de conjecturável afeto para com aquela criatura que atendia a seus chamados luxuriosos como uma mulher apaixonada. Toda noite faziam amor e era como se Rita perdesse um dente. Quando não lhe sobrou mais dentes e pouca coisa havia para ser tomada, ele procurou outra mulher.

Diziam os vizinhos que ele era casado há anos com uma mulher distinta, uma dessas damas de classe média que vivem em casa de alvenaria no meio de barracos que destelham com ventos que só deviam levantar as saias das meninas. E Rita se virava como podia, mas não se prostituía: sem graça como era, temia apanhar para que os amantes frustrados tivessem como exercitar certa dose de masculinidade.

Mas Rita ria e vestia dourado! Era noite de sábado e sua cabeleira loura brilhava com o passar dos carros. Ela era preta, mas seus cachos seguiam a moda sem fazer de Rita menos preta. Ela se dizia preta rindo uma boca grande e bonita. Seus gestos todos eram sinceros, e toda e qualquer manifestação emocional executável com seu corpo esguio era digno de admiração! Rita correndo e sorrindo, a cabeleira crespa dançando na noite e aquela boca de gente honesta rindo alto era de se admirar!

Estava feliz, Rita, porque era dia de festa num salão chique três bairros distantes dali. Sua honestidade lhe valeu o convite, partido da boca de sua chefe, doutora Bianca, dermatologista de pelo menos três das louras que apresentam programas de TV. Aconteceu quatro meses atrás, mas ela sabia desde quando apareceu para trabalhar no casarão, pelo menos um ano antes. Indignava-lhe suspeitar do patrão. O choque de assistir à cena fez com que Rita corresse até a primeira igreja evangélica que encontrou e chorasse desesperada para os fiéis. Um espetáculo! Chamaram-no de pederasta, chamaram-no de demônio, mas Rita sentia apenas a iminência de uma deliciosa gargalhada censurada em respeito aos mais afortunados.

Rita relembrava o fim da história. Sua inocência era medida em seus movimentos infantis – passinhos curtos pela calçada agora mal iluminada. O ponto de ônibus estava logo ali, enquanto ela revivia a sensação, talvez a mais excitante de sua vida, de relatar à patroa que seu marido, aquele senhor cheio de bons modos, a traía com o jardineiro. Rita conhecia os esconderijos das casas de seus patrões. Não deixou de se admirar quando Bianca exclamou, translúcida, que nunca tinha visto o quartinho da edícula. Afinal, pra que serve uma edícula quando se vive em Pinheiros?

Quando o ônibus chegou, Rita estava ansiosa – detestava se atrasar. Foi no ônibus, sentada no espaço para deficientes, que tomou consciência, pela primeira vez em sua vida, de que as ruas daquele bairro lhe davam medo. Ela olhava através do vidro pichado aquelas ruas, seus meandros e as tripas das pessoas: uma mulher pendurando roupas na janela, dois homens dentro de um bar, um jovem esguio com ar de viciado, os carros, o colorido dos muros, a aleatoriedade daquelas combinações, daquela vida...

Rita nunca mais dormiu no escuro. Estava a caminho da festa de sua patroa e compreendeu, finalmente, que aquele era um caminho sem volta. Assim, sorrindo, aceitou. Rita era mulher de aceitar as coisas. E isto era bom. Isto era tudo o que tinha.

Imagem por Robert Mapplethorpe

domingo, 11 de março de 2007

Lúcio



Deixe-me apresentar. Sou Lúcio. Da vida eu não faço nada que mereça crédito. Eu só fodo. Todos os meus passos terminam dentro do rabo de alguém, e parecia tudo bem até hoje. Parecia tudo bem até a volta para casa, com o gosto da rola de gente que eu não conheço o rosto, esse gosto azedo de rola em minha boca.

Não tive uma criação religiosa. Não sinto culpa, não é isso o que sinto. Eu sinto um vazio permanente que eu não sei se deriva de minha promiscuidade. Não sei nem se sou promíscuo. Eu sei que busco alguma coisa --- eu busco o amor e a beleza das coisas. Que coisas? As coisas todas que estão no beco --- é lá que eu procuro. Eu acho que o amor é orgânico e o sinto vivo enquanto fodo. Ou esta é só uma desculpa? Eu sinto uma rola grossa abrindo espaço entre minhas nádegas, cutucando meu ego no fundo do meu cu. É isso: eu sou meu ego e eu não sei quem sou.

A verdade é que não sou escritor. Peço perdão ao leitor que perde seu tempo com estas palavras de um infeliz libertino: eu sei que o sexo assim, exposto na sua cara, está ultrapassado. Mas como usar metáforas e eufemismos quando tudo o que me vem na cabeça é o cheiro da merda? Um cheiro azedo de merda e porra. Ou é assim que cheira uma trepada, ou este é meu perfume natural...

Já fodi assim outras vezes. Outros dias. Mas hoje aconteceu de eu pensar em amor-burguês. Hoje dei para idealizar este amor e imaginar a sensação de ser tratado como uma beleza frágil, que pode se partir em mil pedacinhos. Uma peça rara, dessas que se coloca em destaque numa sala de estar. Dessas que se exibe com muito orgulho, entre objetos de menor valor. Hoje dei para pensar que este sou eu: uma peça rara e delicada, que exige cuidados. Um falo de vidro? Não, acho que não...

Olhei meu corpo no espelho a pouco e fiquei encantado. Como dizer? fiquei encantado mesmo... Vi uma beleza pura ali, refletida. Um corpo cheirando à lubrificante. Um pau doendo. Um cu latejando --- o gosto em minha boca, o cheiro que sai do meu rabo, tudo me deixa com ânsia --- eu preciso parar de beber --- tudo me deixa com ânsia, mas por trás das marcas no corpo, há uma beleza. Há beleza em garotos que procuram não-sei-o-que e se oferecem, fáceis, aos outros. Há uma fragilidade nessa entrega, uma dor-no-peito que me faz chorar! Um garoto exposto assim entre pessoas nuas, procurando beleza nestas pessoas nuas e no que elas fazem com seus corpos, este garoto está perdido. E eis a beleza toda!, na minha cara, diante do espelho.

Diante do espelho, pela primeira vez, acredito ter chegado perto de uma definição. Aquele era eu: um moleque em pé diante do susto. Com as pernas bambas – e um sorriso triste – era um moleque. Nada mais que um moleque que – finalmente! – entendeu sua sina.


Imagens: auto-retratos

sexta-feira, 9 de março de 2007

O Beco

Sonhei com a sombra de uma alma gêmea. Era num beco e, como em todo beco, havia um cão sarnento. Alguma coisa guiava meus pés ao encontro da derradeira mordida. Meu cupido goza, estripa.

O cão tinha a mandíbula tensa, os olhos fixos nos meus. Estava apaixonado? Fez-se príncipe lindo e me pediu cafuné. Agachou-se perto de um latão de lixo, sobre a calçada suja com suas titicas. Eram titicas de galinha.

Estava encantado, era um príncipe encantado. Ajoelhei-me e me fiz dele. Ele não me consumiu carnalmente. Ele sequer me desejava. Coloquei-me, contudo, em posição desconfortável. Fui iludido pelo cupido estripador.

O cão não me devia amor nenhum, mas me amava. Não me devia atenção alguma, mas me dava. Devia!, devia me desejar! Mas não desejava. A vírgula, o detalhe... Eu não o tinha! Cupido venceu. Conseguiu estripar, dilacerar o meu coração.

E aqui, agachado, com os joelhos sujos da titica dele, me ponho a lamentar. Quando o terei aos meus pés? Quando minha inocente vingança se fará possível? Não!, não o quero Mal. Mas se o que sinto é triste e dolorido, é também tudo o que queria ter com ele compartilhado.

A minha solitária melancolia eu vomito. E a eterna noite no beco, cedo ou tarde, se fará dia.


Imagem por Nicolas Wagner

quarta-feira, 7 de março de 2007

Aurélio


Primeiro ele pensou que não, que não queria significado algum. Nada muito complicado, eu digo. Aí, ele se sentou em frente ao computador e pensou. Foi interrompido pela chuva. Caía uma chuva forte e um sentimento de desespero se apossou dele. É porque não tenho mãe, ele pensou. Não fazia mesmo sentido. Não relampejava, não havia trovões, mas muita água. E estava escuro, devia ser já nove horas da noite, e era uma quinta-feira. Dia qualquer, uma quinta-feira. Especialmente para quem tem todos os dias iguais. Acordado sempre às sete. No trabalho às oito. De volta para casa às dezoito. Algumas horas de televisão e de comida congelada. Sete horas de sono. E finais de semana loucos.

Um significado. Ele procurou pelo dicionário, no armário cheio de livros. A maioria já lido e relido, com anotações em letra delicada no rodapé. Tudo a lápis, para não estragar. Não encontrou o velho dicionário. Resolveu abrir a janela e observar a chuva. No escuro mal se observa a chuva. A iluminação da rua era mínima e morar no décimo andar não ajudava. Talvez fosse bom assim. Ele sentia a chuva com intensidade tão maior quando não conseguia enxergar nada! Enxergar sempre foi desanimador, na realidade. Mas ele não queria enxergar porra nenhuma àquela hora da noite. Qualquer coisa que despertasse algum sentimento, como, o sexo. Ou o adultério. Aborto? Abandono? Nada disso interessava naquele momento. Seria dolorido demais. Ademais, ele não queria pensar a respeito das vidas todas que vivia em imaginação. Deixaria a cargo de sua intuição. Fechou a janela, ligou o som. Colocou The Doors. Oh, The Doors!... Break on through to the other side?

Não, não queria ouvir The Doors. Colocou o CD da Perla.

Reabriu o Word e começou a escrever. Qualquer assunto era assunto para vidas branco-néon como a dele. Então por que não falar de amor?

Ela estava sozinha. No escritório, então. Mas por que no escritório, afinal? Não é dos lugares mais íntimos, ou é? Era exatamente esta a questão. Não era, e devia ser angustiante passar por momentos de verdadeira epifania fora da cama. E era mesmo. Mas ali, no escritório, enquanto a chuva batia forte nas vidraças, ela compreendeu. E poderia ter morrido, que partiria feliz, saudando até mesmo todas as meninas gêmeas mortas que lhe sorririam durante todo o longo caminho rumo ao seu destino. Ela não era do tipo que acreditava em Céu e em Inferno, mas acreditava em destino. Acreditava em Deus. Fazia-lhe sentido pensar fazer sentido a vida pós-túmulo, e esta era daquelas coisas incontestáveis.

Não, não estava bom. O que ele queria dizer? Apagou tudo. Mudou a fonte. Verdana, que tal? Acho que os livros – os melhores livros, evidentemente – adotam esta fonte, ele pensou. Lembrou-se de uma Clarice que lera há uns dois anos, em Verdana. Em papel novo amarelado. Sempre pensava em sorvetes de creme quando lia em papel novo amarelado. E foi aí que.

Ela sentou-se ao lado da moça de cabelos castanhos e cochichou alguma coisa. No ouvido da moça de cabelos castanhos. Aí a moça se enrijeceu toda, ergueu os ombros que quase encontraram suas orelhas e riu um riso desconfortável – desconcertante. Ela então pegou as mãos dessa mesma moça, com muita delicadeza e sorriu dois dentes de leite. Dois dentinhos de leite!

- Onde está sua irmã?

Silêncio. O sorriso havia se partido.

- Onde está sua irmãzinha, meu anjo?

O início de um choro se anunciava em alguma onomatopéia tosca de criança chorona. E ela sabia, ali, que havia encontrado algo de valor.

Havia, por Deus, de fazer sentido? Ela podia rir até se despedaçar. Não importava mais. Porque não havia sentido algum em nada nesse mundo.

Imagem por Robert Flynt

domingo, 4 de março de 2007

A esperança escondida


Sou a razão em sua vida
Nada mais que uma nota em sua agenda
Um capítulo em sua vida?


Somos juntos muito mais que tudo
aquilo que o mundo me oferece.
Somos muito mesmo quando se esquece,
dá as costas e vai, sem se despedir.


Sou a luz da lua, o beco, a esquina.
Uma espécie de coruja
em sua noite pitchalina.


E talvez você venha a ser também
a esperança escondida...
Num adeus?

Imagem: Magritte - "The Lovers", 1928

Caio.


Caio.
Libido, cheiro, ácido, balas, doce - muito doce -, rosas com espinhos, sangue, dor, pinto, cu, porra, foda, boquete, ativo, passivo, versátil, fisting, glory hole, Keith Haring, kama sutra, dark room, motel barato, fast fuck, exibicionismo, porra na cara, cheiro de porra, jockstrap, bondage, orgia, macho, fêmea, Tom of Finland, punk, pés, sovaco, papai, banheirão, bolas, pêlos, tapa, mordida, cuspe, cuspe na cara, cuspe no cu, sem-borracha, couro, coturno, sauna, gangbang, cunhado, Michael Love, bear, teen, nervo, ménage-à-trois, DP, Terry Richardson, língua, cunete, beijo na boca, michê, sex shop, Jesus Cristo, skinhead, negão, Trianon, mamilos, piercing, tattoo, Nico Puig, coxa, bunda, mãos, cabelo, orelhas, pescoço, correntes, Autorama, cu piscando, rola babando, porra no cabelo, mijo, merda, suor e o azedo...

Caio era tudo mais o azedo. E acho que só.

Pic: Andreas Fux